
A data nos convoca a uma reflexão profunda sobre uma das mais graves violações contemporâneas dos direitos humanos: o tráfico de pessoas. Trata-se de um fenômeno transnacional, complexo e persistente, que compromete a dignidade humana, a ordem jurídica internacional e a estabilidade democrática.
Recentemente, em meu Instagram a Operação Corrente Global, realizada em junho de 2025, sob a coordenação da Interpol, Europol e Frontex. A ação mobilizou forças de segurança de
43 países, resultando na identificação de 1.194 vítimas potenciais, 158 prisões e 205 suspeitos adicionais investigados. O foco esteve na repressão à exploração sexual, criminalidade forçada e mendicância, com atenção especial às vítimas menores de idade.
Os dados do Relatório Global 2024 do UNODC são igualmente alarmantes:
- 25% de aumento no número de vítimas detectadas (2022 em relação a 2019);
- 47% de crescimento nas práticas de trabalho análogo à escravidão;
- Crianças representam 38% das vítimas globais, sendo que 60% das meninas foram exploradas sexualmente.
Na África, 31% dos fluxos de tráfico ocorrem dentro do próprio continente, impulsionados
por conflitos armados, pobreza estrutural e mudanças climáticas.
Diante desse cenário, o combate ao tráfico de pessoas exige resposta institucional firme, cooperação multilateral efetiva, mecanismos de responsabilização internacional e políticas
públicas de proteção integral. Mais do que um imperativo moral, trata-se de um dever
jurídico global.
Sem enfrentamento, não há justiça. Sem justiça, não há dignidade.